Apresentação

ABERTURA

Sábado, 10 de Maio de 2025, 11-16h

 

PERÍODO EXPOSITIVO

10 de Maio - 14 de Junho de 2025

 

CURADORIA  Jacopo Crivelli Viscontti

 

SALA 1

Rua Jerônimo da Veiga, 131 - Itaim Bibi, São Paulo

 

HORÁRIO DE VISITAÇÃO

seg - sex, 10h30-19h / Sáb, 11h às 16h 

Tel: +55 11 3079-0853

Em diálogo sensível e silencioso, as obras de Ana Sant’Anna e Anália Moraes se encontram num território tênue, entre o que se preserva, e o que se transforma. Seus gestos artísticos, ainda que distintos, partem de um mesmo impulso essencial: a contemplação íntima do mundo natural e a escuta atenta do tempo em suas formas mais sutis.

 

Para Ana Sant’Anna, pintar é um gesto de suspensão do tempo. Suas telas evocam a delicadeza da efemeridade, a espuma de uma onda, o aparecimento de uma estrela, o resíduo de uma paisagem ao entardecer. Sua pintura, precisa e silenciosa como a caligrafia de seus cadernos de anotações, é uma tentativa poética de deter o tempo, como quem caminha até a praia apenas para ver o mar.

 

Já na cerâmica de Anália Moraes, o tempo é matéria e processo. Suas peças atravessam estados, do sólido ao líquido, do mineral ao vidrado, em transformações químicas que ressoam com o movimento incessante das marés. Seus materiais, colhidos em praias e rios, parecem carregar a memória geológica do mundo, mas também algo efêmero, como um vidro que se dissolve.

 

Segundo o curador Jacopo Crivelli Visconti, o que une essas duas práticas é menos uma afinidade formal e mais uma vibração compartilhada, um modo de estar no mundo. Um olhar apurado para algo que entre definições, de estado, de tempo. Como diz o próprio curador da exposição, Jacopo Crivelli Visconti:

"Esta exposição é um pouco assim: um hiato, o tempo suspenso, e ao mesmo tempo o fluir incessante do tempo."

 

Sobre as artistas

 

Ana Sant’Anna (1992, Salvador, BA), nascida e residente em Salvador – Bahia, possui Graduação em Museologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Mestrado em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP.

A artista trabalha com múltiplas linguagens e tem sua pesquisa atravessada pelos conceitos de transitoriedade, luminosidade, tempo e memória, transformando sua conexão íntima com a natureza em matéria-prima poética. Sua prática começa na caminhada: percursos repetidos despertam o olhar e a percepção para os fenômenos sutis do ambiente, ativando uma escuta expandida do visível e do invisível. Ao longo desses trajetos, ela coleta pedras, galhos, conchas e folhas — pequenos vestígios da paisagem — e escreve, tanto durante o percurso quanto no ateliê, como quem tenta guardar aquilo que, por sua própria natureza, escapa. Esses gestos iniciais abrem espaço para que imagens e atmosferas se revelem de forma intuitiva, guiadas mais pela memória sensorial do que por qualquer tentativa de reprodução. Entre paisagens e abstrações, suas obras estabelecem um diálogo silencioso entre o mundo externo e o imaginário, condensando a impermanência em formas que tocam o indizível.

 

Anália Moraes (1994, São Paulo, SP) vive e trabalha em Ilhabela, Brasil

Sua prática explora as interseções entre natureza e artifício através de uma abordagem multidisciplinar incorporando escultura, fotografia e instalação para investigar ecossistemas aquáticos, formações geológicas e ambientes alterados pelo homem.

O trabalho de Moraes é caracterizado por um fascínio pela interação entre orgânico e sintético e, ao combinar materiais como argila, vidro reciclado, resinas e silicone, ela cria configurações abstratas que convidam os espectadores a contemplar sobre as relações metafísicas entre os materiais e as maneiras pelas quais eles podem evocar o pensamento associativo. Por meio de suas explorações, Moraes visa levantar questões sobre a interconexão e o delicado equilíbrio entre a atividade humana e o mundo natural.

 

 

Obras