RAFAEL ALONSO: A CABEÇA DE JORGINHO

17 Junho - 5 Agosto 2023
Apresentação

RAFAEL ALONSO

A CABEÇA DE JORGINHO

 

ABERTURA

Sábado, 17 de Junho de 2023

 

PERÍODO EXPOSITIVO

17 de Junho - 05 de Agosto de 2023 

 

HORÁRIO DE VISITAÇÃO

seg- sex, 10h30-19h / Sáb, 11h às 16h 

Tel: +55 11 3079-0853

A Galeria Marília Razuk inaugura a exposição A cabeça de Jorginho, do artista Rafael Alonso, em 17 de junho, das 11h às 16h. A mostra consiste de um conjunto de intervenções na arquitetura da galeria, com pinturas realizadas diretamente sobre as paredes, e cerca de 30 obras inéditas, em tamanhos, formatos e com materiais variados. O que os trabalhos têm em comum são os cruzamentos que realizam entre determinados repertórios do campo da arte e a visualidade mundana relacionada com o imaginário tropical, praiano e esportivo do Brasil. Esta é a primeira exposição individual de Rafael Alonso na Galeria Marília Razuk, que representa o trabalho do artista desde 2021. Esta é também a primeira mostra do artista na cidade de São Paulo em cinco anos, desde 2018.

 

Mas o que está na cabeça do tal Jorginho? Parece que é ali que a austeridade das formas abstratas, o juízo sobre faturas pictóricas e as regras do “bom gosto” são atropeladas por combinações vibrantes de cores, inclusive fluorescentes; pelo clichês do “espetáculo natural” das luzes nos céus litorâneos durante o pôr do sol; pelos degrades que estampam tantos e tantos itens da cultura visual do surf; por objetos largados e recolhidos das ruas; pela música pop, de rádio FM, dos anos 1980; pelo aspecto tecnológico das aberturas de programas televisivos da Rede Globo; pelas imagens de araras, coloridíssimas, em pleno voo; pelos corpos, sungas, biquínis e óculos escuros com lentes espelhadas de banhistas em praias do Rio de Janeiro; e, embutidos aí, estão Phil Collins, Hans Donner, Renato Gaúcho...

 

O pensamento crítico que anima o trabalho de Rafael Alonso é incisivo e, sim, implica o humor. O título da exposição refere-se a um personagem criado pelo artista. O Jorginho mencionado ali é um pintor “jovem” e “inconsequente”, filho da Mãe Mercado e do Pai História. Mas o cara é mimado mesmo por sua Vovó Pintura, que o tempo todo lhe atende os caprichos e lhe oferece paparicos, como um delicioso bolo de paisagem invernal, com muita tinta cremosa, nas cores azul e branca. Jorginho gosta de adrenalina e velocidade, pilota moto, pratica jiu-jitsu e só faz aquilo de que gosta. Para ele, “não há moral, não há conflito, apenas flutuação”. Ué, alguém chamou isso de “arte contemporânea”?

 

A história de Jorginho foi escrita por Alonso como capítulo de sua tese de doutorado, defendida no ano passado, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A narrativa surge na mostra contada por uma voz feminina, reproduzida nos alto-falantes que compõem um dos trabalhos, Stardust Memories (2023). A obra completa-se com uma pintura em preto e branco e na qual estão representadas projeções da logomarca do Banco Nacional, concebida pelo artista e designer gráfico Aloísio Magalhães, no começo da década de 1970. A marca do extinto banco popularizou-se em âmbito mundial por meio do esporte, estampada no carro, no capacete e nas roupas do piloto de Formula 1 Ayrton Senna, alçado, por sua vez, à condição de herói nacional na segunda metade dos anos 1980. Todos esses dados e imagens formam a cabeça de Jorginho.

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